- Março 2, 2022
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Homenagem feita por Ana Paula Cavalcanti Ramalho a Sally Fonseca in memoriam ao acadêmico Antônio Fonseca
FONSECA
ANTÔNIO SOARES DA FONSECA JÚNIOR…. Para nós FONSECA.
Conheci Fonseca e Sally antes de criarmos a nossa Confraria SOL DAS LETRAS. Há onze anos…
Já conhecia os irmãos dele, quando trabalhei no governo de José Maranhão, já ele só tive o prazer tantos anos depois.
Nossa amizade era, e com Sally continua, sem obrigatoriedades da presença; da troca de mensagens; das demonstrações públicas; apenas com o brilho do bem-querer.
Querer o bem deles, torcer por eles, pelos projetos e sonhos. Sempre bem-vindos à minha casa e sítio em Serraria.
Quando podíamos nos encontrávamos, quando não, trocávamos mensagens.
Fui à São Paulo todos os meses durante 01 ano e 10 meses, e não teve uma só vez que deixássemos de degustar um bom vinho, dividir algumas horas do final de semana.
Sempre com a casa aberta para mim.
Momentos com eles, filhos, netos, familiares, que jamais serão esquecidos.
Então, falar de FONSECA é uma honra.
Quem teve o prazer, como eu, de tê-lo em uma das cadeiras do trem da vida, pode avaliar quão doloroso é vê-la vazia.
Ele desceu, dos nossos trens, antes da hora por nós imaginada.
Desceu sem avisar, sem se despedir, sem nos dar tempo de aproveitar mais uns tantos anos da sua luz.
Para com, e pelos, filhos, netos e familiares, presenciei cenas riquíssimas de entrega, preocupação, cuidado, típico de um guardião escolhido para orientar a caminhada de cada um. Não em agrupamento, mas de forma bem particular.
Com os amigos e confrades, pude sentir o carinho, companheirismo, cumplicidade. Sempre presente nos nossos projetos, e mesmo estando distante fisicamente não se fazia ausente.
Com sua amada Sally, não foram poucas as vezes que testemunhei o amor que sentia.
Quantas vezes estivéssemos juntos, eles faziam juras de amor. Vocês podem dizer que é impossível, mas não é.
Nunca brigaram, se desentenderam, se machucaram?
Claro que sim!
Quem já se viu amor sem os obstáculos da convivência?
Quem em santa consciência pode afirmar que um casal que se apaixona todos os dias, vive num marasmo sem as ondas das agruras?
Acontece que assim eles cresceram, assim eles construíram uma família, um mundo perfeito com todas as imperfeições de um mundo real.
Minha vó sempre dizia : “pensam que casamento é fácil? Vão comer um punhado de sal juntos”.
Com Sally e Fonseca foram 48 anos e 10 meses. Tempo que comeram um enorme “punhado de sal”; riram muito mais que choraram; viveram muito mais que “morreram”, se amaram muito mais que se desentenderam; foram força um para outro muito mais que fraqueza; construíram em cada um, e de cada um, muito mais que destruíram, enfim … FONSECA deixa a cadeira vazia, mas a vida de todos nós transbordando de boas lembranças do muito que nos deu, que se deu.
Segundo declaração de Sally, disse FONSECA : “porque a vida para ser intensa e bela tem que ser partilhada”, e ela fará conosco da ACADEMIA CABEDELENSE DE CIÊNCIAS, ARTES E LETRAS – Litorânea, essa partilha. Ele estava muito feliz por fazer parte da Academia, não parava de divulgar que já estava com grandes projetos, disposto a vir todo mês para João Pessoa com finalidade maior de acompanhar de perto os trabalhos desenvolvidos pela ACCAL.
Tenho certeza que Sally irá, caso a instituição permita, continuar o legado por ele deixado, trabalhando pela valorização, crescimento e projeção, da cultura paraibana.
Sabemos que todos os trabalhos de FONSECA tiveram ela como principal mentora, auxiliar, revisora, mão direita e esquerda, então não podemos negar que conhece tudo que ele nos deixou.
A lista dos trabalhos de FONSECA, já foi à todos apresentada, mas não custa lembrar de alguns títulos:
➢ DICIONÁRIO DE PORTUGUÊS NORDESTINO (Nordestinês)
➢ TUDO QUE UM GORDO PRECISA SABER (Atitudes de um gordo)
➢ NOÇÕES BÁSICAS DO APRENDIZADO MAÇÔNICO
➢ ORAÇÃO EM FORMA DE SONETO
➢ DECÁLOGO DO SUCESSO
➢ UMA BIOGRAFIA FANTÁSTICA
➢ RECANTO DO MOTE E DA GLOSA
Além de inúmeras participações em antologias, coletâneas e, também, trabalhos publicados em várias revistas e jornais.
Para encerrar, deixo para vocês o poema feito por ele para sua amada Sally, quando ainda eram noivos.
“ ENTREMEIOS DE SAUDADE, DISTÂNCIA E TEMPO
Antonio Soares da Fonseca Jr
A saudade que de ti me distancia
Que de ti me faz, por longo tempo ausente
Ausenta-me em vagarosa agonia
Agonia-me, zombeteira, vagarosamente.
A distância, tu bem sabes, temporária
Que de mim, te faz sentir a ausência
Ausenta-te em terna decisão primária
Prima-te, sentir do amor, em mim, a essência.
O tempo, inimigo que nos faz saudosos,
Que por tempo nos faz ficar distantes
Distancia os momentos amorosos
Amores renovados, mas, constantes.
O tempo, a saudade, a distância, unidas
Que, da felicidade, nos trarão a palma
Reunirão nossos corpos, nossas vidas
Nossas mentes e pensamentos numa alma.”
À Sally, seus filhos, netos, e familiares em geral, deixo meu mais afetuoso abraço.
A ACCAL, se sente orgulhosa por ter tido a cadeira 22 ocupada por tão ilustre escritor.
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